domingo, 21 de agosto de 2011



O Teatro Mágico

Amadurecência

Composição: Fernando Anitelli

Senhoras e sem dores,
Respeitável público pagão,
Bem-vindo ao Teatro Mágico.
Parto-me.
Parto-me.
A poesia prevalece.
A poesia prevalece.
O primeiro senso é a fuga.
Bom, na verdade é o medo,
Daí então, a fuga.
Evoca-se na sombra uma inquietude,
Uma alteridade disfarçada,
Inquilina de todos os nossos riscos,
A juventude plena e sem planos se esvai
O parto ocorre.
Parto-me. Parto-me. Parto-me. Parto-me.
Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias.
Flagelo-me.
Exponho cicatrizes.
E acordo os meus, com muito mais cuidado,
Muito mais atenção!
E a tensão que parecia nunca não passar,
O ser vil que passou para servir,
Pra discernir, harmonizar o tom.
Movimento. Som.
Toda terra que devo doar.
Todo voto que devo parir.
Não dever ao devir,
Nunca deixar de ouvir,
Com outros olhos!
Com outros olhos!
Com outros olhos!



De tão bom, sinto vontade

de acrescentar todo o segundo ato.


Sem saber

Com o decorrer do tempo,
O que está em oculto se desvenda.
Pouco a pouco o que era luz
Torna-se escuridão.
Não penses que ela é ruim, pois não é.
Ela é necessária assim como a luz,
Como preto e branco, alegria e tristeza,
O bem e o mau...
Todos andam lado a lado,
Fazendo parte de uma grande obra.
Arte provida de vontades própria,
Com suas regras e relógio diferente 
Do que se conhece.

Em algum lugar...

Cego-me de meus anseios 
Tendo horror, tendo pavor.
Tendo prazer enlutado
Em se tornar mais forte 
A cada contenda em vida.

Abstinente defrontando 
Medos e entenderes.
O tempo custa a passar.
Disposto a enlouquecer-me,
Mas nego a render-me.

O que de longe e perto se vê
São as marcas deixadas.
Nada se compara com 
O que não se compara. 
Dois em lados diferenciados.
Cada um com seus valores
Oferecendo suas mãos.

Não pode ser visto ou ouvido 
Com o orgulho que lhes cobre
A cabeça com toda vaidade.
O ser em real, acredita ser
Dono de todas verdades. 



  

 

sábado, 20 de agosto de 2011

Mérito e o monstro


"Pra quem acorda muito cedo, cinco ou seis horas da manhã

E passa o dia transfigurado num outro personagem.
Esquecendo de batalhar pelos seus anseios,
Pela sua busca interior.
O ser humano é fabuloso,
Ele é capaz de vender seu tempo e sua criatividade.
A troco de nada!
A troco de nada!
É mérito conseguir trabalho num país como o nosso,
Mas é um monstro quando esse trabalho tira de nós
A possibilidade de ser e estar."


Fernando Anitelli



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Momentos


Tenho surtos que não compreendo, 
Vejo-te passar por mim a todo o momento.
Cheiro do seu corpo sinto 
Em minhas mãos sedentes por lhe tocar.
Em minha cama vazia de sonhos dos 
Quais eu deveria estar, 
Vejo cheia de mim em pensamentos 
Que não me deixam acordar.
Perturbado escrevo tudo o que não 
Deveria contar, mas conto 
Para que minh’alma possa se aliviar.
Passo a gritar mais alto, 
Mas você não se da conta 
Do que quero alcançar.
Espero os ponteiros se encontrar 
Para no instante seguinte tentar fazer chegar...
Minha insanidade nos dedos 
De o desabafo tentar me acalmar. 

O poeta e o amor


O poeta só existe por um amor que não existe.

 Que nunca poderá existir, pois ou, existe um ou outro.

O poeta não existe sem o amor não correspondido,

 Mas o amor só pode existir na ausência do poeta.


E o poeta mente pra esquecer a dor que sente.





Toda essência orvalhada em pureza sem distinção e mesmos anseios.
Impetuosa a Concupiscência exposta na cara,
Afectando e testando sua força.
Testes que sanam duvidas de si mesmo e entregam santidade.
Exploração do ser que nada sabe sem saber,
Procura alívio pra ferida d’ alma
É com sentimento!
Não razão!

Aproximasse da essência que envolve ofegante em prazer.
Declinasse sobre a pele sedosa e suave
De um balsamo confortável.
Que abala!
Alegra casa, alegra família rabiscando paredes,
Que vê em caras a existência que
Ambos duvidam...
Amor.