segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Tons de Vermelho

As vezes me encontro
Em museus d'entro d'mim
Viajando por minhas histórias
Por romances frustrados

As vezes me encontro presente
Dentro aquilo que se foi
Bisbilhotando o que sinto saudades

É fato! Não se pode esquecer tudo.
Há coisas que fingimos em nós mesmos
Para que velhas lembranças não trace estragos.

Ainda guardo a sete chaves alguns poemas
Ainda escuto calado algumas vozes
Ainda grito em silêncio aquele tom vermelho

Alguns cabelos marcam rostos
Alguns rostos marcam gostos
Alguns trechos são novelas

Que talvez valem a pena ver de novo.

E todo aquele país belo de Berlin
Ainda me dói n'alma os gostos
Que me perdi

Afinal nada perdi
Nada é meu
A nao ser minha própria solidão
Essa sim afirmo, é minha!

E por isso ainda não estou no chão
Mas se pudesse voltar, se pudesse...
Saberia bem em que ponto voltaria.

Meus códigos perderam valor
Não me sinto aqui como antes
Essa livraria não tem lugar
Para um escritor sem seu leitor
Sem críticas, sem romance e sem intrigas...

Antes que eu me esqueça
Ainda guardo finais de tardes rápidas
Para apenas algumas palavras e livros.

São tons vermelhos
Subentendido.



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