quinta-feira, 21 de julho de 2011

O ser egoísta

Vivo ao meio de minhas aberrações.
Horrorizado com minhas próprias criações,
Das quais nem me dou conta de as ter criado.
Criações que servem somente para satisfazer
Esse meu ego egoísta e incapaz de ser...
Ser...
Ser...
Porque tantas perguntas e ainda continuo a perguntar.
Não seria melhor apenas ir, vir, voltar e continuar.
Tom de interrogação, sem afirmação,
Sem negação ou pergunta real.
Palavras nem sempre são só palavras...
E a quem o diga que nada existe,
Cegueira da visão que nos fere.
Palavra pura não compreendida, 
Estendes o braço a quem é alegria.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Deixe

Céus despedaçados no escuro profundo.
Lua que não se move, sol que persegue-a, 
Ao longe com clamor. 
Estados diversos de agonia se misturam.
O desespero outrora sentido já não é mesmo.
Move-se ao chão, estacas perfuram seu meio.
Em triste pranto calado fica. 
Sente dor da mascara que agora veste
Para encarar um outro lado esquecido.
Fingir que nada se passou e que tudo 
Não passou de um maldito sonho.
Caído está sem saber como se levantar,
Punhos estremecidos clamam ao fim chegar.
Acredita que nele nada terá, 
Esvaecido fica.
Não toque, não fale nada... 
Deixe a sua dor com ele, mais nada.

Brincar...

Vamos brincar de esquece?
Você me esquece,
Eu te esqueço.
Parece ser tão fácil 
Quando apenas se fala.
Vejamos como seria na pratica...


O evitar de conversas, de troca...
Troca de ideias, de olhares...
Atenção que não se desvia com pouco,
Mas que ao passo se aumenta.
Desejos que não são vão, 
Nem em vão.

Tudo soa como barulho de trovão 
Ao coração que não regula razão. 
Explode em gritos que de nada adianta.
E ainda ouço pergunta, 
Do que resolveria então?


Não sabe o que preciso?
Não sabe o que quero?
Porque pergunta tantas vezes?
O que quer que eu faça, 
Se nada tenho a fazer...
A não ser me entregar ao fim...
Já que nada adianta.


"Não me preocupo 
Se não sei porque..."
Unica certeza é ter você.

"Olho em volta de mim. Todos possuem
Um afecto, um sorriso ou um abraço.
Só para mim as ânsias se diluem
E não possuo mesmo quando enlaço."
Mário de Sá-Carneiro

Por mais uma vez digo... Preciso!

A que ponto me enlouqueço
Que mente não fica vazia sem a ter.
Procuro em retalhos de imagem
Satisfazer-se de presença inexistente.

Esqueço-me e desloco-me para
Beira precipício, que minha frente
Abriu-se longo profundo a dor.
Pouco a pouco dissipando minh'alma.

Giro meu espaço procurando
Acalmar bomba via de vida.
Tal se encontra aflita por longe estar.
Sentir ao menos sua pele serena tocar.

Percorrer seu corpo embevecido,
Aromas seus embriagar-me.
Leva-me de sorte ao paraíso.
A quanto desejo crucifico...

Seu ser tornou-se meu vicio,
Dependência clandestina.
Trago sua alma e injeto-me de ti,
Todos os dias mais uma dose...
Preciso...
Preciso de você!
Preciso...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Falo, falo sem parar...

Falo, falo sem parar...
Porque minha alma inquieta,
Alavanca-me com grande impulso,
Para o mais glorioso entender.
Me solto conduzido por sinais
Jamais sentidos.
Cenas de acontecimentos que não
Estrelam em filmes.
Veja ao que dispostos estão
Procurando uma solução cabível,
Mas quem se encarrega é o tempo.
Dono da verdade em que se rende.
Declino-me ao florescer da magia,
Em alegria surge cheia de vida.
Escolho os melhores dizeres para
Em seu belo coração fixar.
Falo, falo sem parar...
Falo porque em espera tenho pressa,
Esses ponteiros que não se movem
Enlouquecem-me...
Adianto-me na intenção de tão logo
Ter braços e mãos tocando os meus,
Línguas e lábios entrelaçando-se
Fazendo esquecer-se em corpo vibrante.
Falo, falo sem para...