quarta-feira, 21 de novembro de 2012

LÁGRIMAS NO LIXO


Tenho deitado me abraçado a um travesseiro, fazendo me enganar de longe que pudera algum dia ser sua presença.
Claro amor que essa é uma tentativa ingrata de sentir teu corpo ao meu,
Não posso conter meus sentimentos e evitar o sofrimento.
Meu coração de amor está doendo.
Meu amor, por favor, faz sarar essa dor,
Não posso mais viver assim, sem você estou morrendo.

Quantas vezes pensei em chegar lá, mas por tantas vezes não pude evitar,
O medo me fazia acreditar que você poderia, então me negar. E eu meu amor, não iria suportar mais uma vezes ter de voltar, sozinho pra casa e a solidão me pegar.

Não quero amor, a solidão desse canto escuro não me deixa cantar, estou jogando minha vida na lata de lixo,
E isso, nem o medo pode evitar.

LETRAS TECIDAS

Toda vez que toca alguma canção que lembra alguma letra em que já teci pelo mesmo contexto me cai a lembrança do dia em que estava pouco a pouco entre inspirações e outras fazendo poesia...
Pergunto-me, será possível toda vez ser apenas viajem minha e não ter nenhuma das obras que havia produzido e por descuido algum imprevisto levou as mãos de outros que assimilaram ritmos e encaixaram harmonia fazendo essas canções que hoje me deixa assim, assim, não sei bem explicar, quanta felicidade você teria se tua letra virasse musica e agradasse a muitos, mas sem ninguém, nem mesmo você ter certeza. Afinal quantos poemas por dia cria e se lembra da criação?

VIAJANDO A LUA

Ela não me olha, 
não da lado,
não quer ficar ao meu lado.
Calado fico esperando seu sorriso,
um sinal, apenas um sinal é o que preciso. 

Mas não insisto, espero a chama se acender no olhar, 
E quando puder te beijar 
Quero estar em você 
Sentir você em mim colorindo infinito 
Quem sabe um minuto viajar a lua roubar seu brilho pra nos divertir...
Só sei dizer que não quero ficar mais um dia sem você, ter você comigo eu preciso!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Bela, caçadora e usurpadora

O que me perturba  
É ter essa distancia  
Nos separando.
Você não vem 
Ao meu encontro 
E o tempo vai passando. 
Quase não sinto 
Você em mim. 
Mas sinto-me 
Em você tao distante 
Que a solidão  
Já vem me abraçar. 
Abraço minha morte 
Para que em qualquer 
Lugar em mim 
Você também padeça. 
Hoje tenho na certeza 
Que não é minha 
A convicção de não passar
De passado pra você.
Não quero continuar
A me iludir com seu charme
Agressivo e suas palavras
Mansas e levianas
De mulher inteligente.
Encantadora e bela caçadora,
Usurpadora da embriaguez Daquele
que é segundo plano.
Amiga da vaidade
E dos enganos,
Perca-se em meus braços 
Cigana dos corações alados
E afoitos por seus pecados. 
Cobrir seu anseios 
Contornando seus traços 
Com as mãos, 
Cobrindo seus lábios 
Com os meus. 
Não me deixes 
Para depois 
Vem agora 
Para sermos 
Um os dois 
Mesmo que sejas 
Por uns minutos 
Ou dois.

Ouvindo

Falando, um pouco mais, de ti, para ti, apenas por elevar tua estima...

Sinto teu aroma intrínseco,
O doce mel, misturado as ervas finas,
Tocando meus seres sentidos
Profundamente unindo-os,
Trazendo o curado dentre estes
Para edificar os momentos ao teu lado,
Com nossos punhos e braços,
Erguendo castelos, dissipando paz
E harmonia entre todos os "povos" irmãos, amados, amores...
Amai nos.
E não se privai das flores
Dos nossos jardins, sejamos unidos.

A sua frente uma linda moça o espera
Para um alegre passeio...

Anseio estar nos
Seios de teus braços
Dando risadas,
Recebendo carinhos

Entrego meu melhor
E mais sincero
Sentimento.

Revelando,
Confiando a ti
Minhas dores
E infernos,

Assim também
Fizeras a mim
Revelando tuas
Dores e conflitos,

Sem pudores,
Tão pouco
Sabendo sobre mim,
Assim, acredito eu...

Eu...
Que doou de alma
Meu pobre coração
Eu...
Que desabo em lágrimas
E me contento em teus lábios
Eu...
Que só quero tudo
E posso com toda força
Eu...
Você...

Mais o desejo

Mais um beijo 
É o que preciso 
Além do teu cheiro 
Teu corpo macio 

Colados os corpos 
Vamos dançar o encanto 
A cada beijo e abraço 
 Desfaça meu pranto 

Mais um abraço 
 Não importa o acaso 
Quero um laço 
Bem apertado 

Mais um beijo 
É todo meu desejo 
Assim anseio 
 Sem devaneios  

Mais um abraço 
E eu não te largo 
Esquece o laço 
Que laço desata 

Então dou o nó 
Que pra não soltar 
Vem comigo 
 Mais um beijo 
 É o que eu preciso
"Cada vez que me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela ultima vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar."


Raul Seixas, trechos de A Minha Morte.